Capítulo 2

11 de fevereiro de 2016






Quando chegaram a uma pizzaria, sentaram-se numa mesa e logo em seguida um garçom aproximou-se.
— Boa noite, senhores. Gostariam de fazer o pedido agora ou preferem esperar mais um pouco?
Jonas fitou a dançarina.
— O que você vai querer?
— Bom - ela sorriu, folheando o cardápio - pode ser uma pizza de mussarela? É a minha predileta.
— Está ótimo pra mim - e virando-se para o rapaz - uma pizza de mussarela.
— E pra beber, o que vão querer?
— Uma cerveja - respondeu Jonas, e virando-se para a moça - tudo bem pra você?
— Está. Tudo ótimo.
— Certo.
— Com licença - murmurou o garçom, antes de se afastar - volto logo.
Quando finalmente ficaram à sós, Jonas debruçou os cotovelos na mesa, e então, observou a dançarina.
— E então, Verônica, o que gosta de fazer, além de dançar?
Ela sorriu, pensativa.
— Bom... muitas coisas. Adoro passear, assistir a filmes na Tv, ir ao cinema, à praia... esse tipo de coisa.
— Hmmm.
— Também gosto de viajar, de sair com as amigas, de pescar...
— Pescar? - divertiu-se - jura?
Ela abriu mais o sorriso.
— É, e também de andar de patins.
Ele não conteve a gargalhada.
— Não brinca. É sério?
Ela deu de ombros, divertida.
— Bom, ainda se usa, sabia? E se um dia quiser conhecer minha performance, podemos patinar no gelo.
— Ah, não. Eu sou péssimo nisso.
— Eu posso te ajudar. Sou bem paciente para ensinar.
Silêncio. Ele a fitou por alguns segundos. Percebeu que gostava da garota. Verônica parecia divertida e espontânea. Talvez um tanto ingênua, mas parecia ser uma boa pessoa. Nesse momento o garçom voltou com a cerveja e as duas taças nas mãos.
— Aqui está - murmurou, pousando tudo sobre a mesa elegantemente. Já trago a pizza...
— Obrigado.
Quando o garçom se afastou novamente, Verônica observou Jonas encher a primeira taça de cerveja e depois a outra. Uma para cada um.
— E você, Jonas, o que você gosta de fazer da vida, hein?
— Bom, eu - falou, levando uma das taças à boca. E deu o primeiro gole - eu gosto de várias coisas... umas um pouco e outras bastante.
— Como por exemplo?
— Barcos. Sou fascinado em barcos. Queria ter uma coleção. E além disso gosto de sair, curtir a night, jogar futebol... mas ás vezes sou meio caseiro também e prefiro uma boa companhia para assistir a um bom filme na Tv.
— E você trabalha com o quê?
Ele tomou mais um gole antes de responder:
— Sou policial. Trabalho dentro de uma delegacia.
Ela o observou.
— Sério?
— Hmm-hmm. Civil. Há quase 9 anos.
— E gosta do que faz?
Ele pensou um pouco e pareceu não saber o que dizer.
— Não sei... no início sim. Aliás, ser da polícia sempre foi o meu sonho. Mas agora não curto tanto assim. Talvez eu só tenha me acostumado com isso. Além do mais ganho muito bem também, então - dando de ombros - não costumo reclamar do que faço.
— Sei, e não deve pensar em casar tão cedo, eu imagino.
— Já casei.
— Ah, é?
— E nos separamos três anos depois - ele riu - foi uma coisa de momento, sabe? Só depois percebemos que não tínhamos nada em comum.
Ela fitou-o, intrigada. Ele prosseguiu:
— Foram só três anos de casamento. E ela tinha dificuldade em engravidar.
— E por causa disso se separaram?
— Não. Claro que não. A relação estava mesmo desgastada. Diferenças irreconciliáveis, sabe?
— Posso imaginar.
Quando o garçom voltou com a pizza quentinha e cheirosa, Verônica deu graças a Deus, pois já estava faminta. Eles agradeceram e em seguida começaram a comer. Também trocaram confidências e falaram sobre coisas banais, como os tempos de escola e as músicas preferidas. Depois de um tempo, após saírem da pizzaria, aproximaram-se do automóvel estacionado e sem esperar, Verônica se viu agarrada por dois braços fortes e exigentes. Antes que pudesse dizer algo, Jonas pressionou os lábios contra os dela e a abraçou, tocando-lhe suavemente a nuca. Verônica entreabriu a boca lentamente e se entregou àquele beijo longo e possessivo.
Naquela mesma noite, ela se viu na casa do desconhecido. Jonas morava sozinho numa confortável casa. Aproximou-se dela e a beijou sensualmente. A dançarina correspondeu ao beijo, tocando-lhe suavemente os braços, até subir as mãos pelos cabelos fartos e negros. E então, o agarrou. O agarrou e o beijou. O rapaz afastou-se um pouco após o longo beijo para assim poder se livrar da camisa, exibindo o peito. Verônica pôde contemplar o peitoral forte e definido. Jonas, então, tirou o jeans e ela pôde ver o membro rígido sob a cueca boxer branca. Foi a vez de Verônica se despir. Primeiro a jaqueta, depois a sandália, e antes que ela tirasse o vestido, ele a puxou para si, fazendo-a pular em seu colo e enlaçar-lhe a cintura com as coxas grossas. Em seguida ele subiu as mãos por entre a roupa dela e apalpou-lhe as nádegas arredondadas. Ela gemeu baixinho, agarrando-o pelo pescoço enquanto o beijava. Depois mergulhou novamente as mãos nos cabelos lisos, enquanto o rapaz a conduzia até a cama. Deitando-se sobre ela e suspendendo-lhe o vestido, ele arrancou-lhe a calcinha imediatamente. Verônica gemeu mais alto ainda, cerrando os olhos e implorando por mais. Nesse instante Jonas afastou-se rapidamente para colocar o preservativo. Segundos depois voltou a beijá-la na boca. Ela, então, afastando uma coxa da outra lentamente, abriu-se para ele. Nesse momento, Jonas se deliciou com os seios volumosos e depois com toda parte daquele corpo. Finalmente, após mais alguns beijos escandalosos e uma série de arranhões nas costas, ele a penetrou. E passou a penetrá-la freneticamente, até que os gritos ficassem cada vez mais altos e as carícias mais intensas. E transaram ardentemente na cama.
Já era manhã quando Verônica despertou com a luz do sol em seu rosto. Levantando a cabeça lentamente e piscando os olhos para conseguir organizar os pensamentos, ela bocejou, lembrando-se de que havia passado a noite na casa do cara da boate. Sim, um completo desconhecido. Olhou ao redor e constatou que ele não estava mais na cama a seu lado. Nem mesmo no quarto. Certamente havia saído para fazer alguma outra coisa que não fosse da conta dela. Hesitante, a dançarina desceu da cama e vestiu as roupas que haviam ficado espalhadas no colchão. Depois procurou as sapatilhas pretas que usara na noite anterior. Após calçá-las, ajeitou os cabelos com as mãos e em seguida saiu, à procura do misterioso dono da casa. Onde Jonas estaria?
Ao chegar no hall, que dava até uma ampla sala, Verônica ouviu um barulho que parecia vir de fora da casa. Olhou em redor e deu alguns passou para a frente.
— Jonas? - chamou, procurando-o - está aí?
Não houve resposta. Nem sinal do cara.
Então, aproximando-se da porta, Verônica abriu-a. O barulho, de fato, vinha do quintal. Lá estava ele, martelando algumas tábuas diligentemente. Parecia compenetrado. Foi naquele momento que a dançarina pôde perceber o quanto ele era realmente atraente. E muito mais sexy do que ela imaginava. Jonas estava sem camisa e vestindo apenas o jeans surrado da noite anterior. Descalço, continuou martelando algumas tábuas, os bíceps contraídos, enquanto ela o examinava da cabeça aos pés. Verônica, então, sussurrou:
— Bom dia.
Foi nesse momento que ele voltou os olhos rapidamente para ela, sem mesmo deixar de martelar.
— Bom dia... desculpe, eu te acordei?
Ela observou o movimento que ele fez ao pegar uma nova tábua e trocá-la pela primeira. Depois pegou a que já havia martelado e atirou no chão.
— Tudo bem - Verônica comentou - na verdade, eu acordei sozinha - e aproximou-se devagar - você costuma acordar sempre tão cedo assim?
— Na maioria das vezes.
— Sei.
Ela observou uma grande quantidade de tábuas em pé, apoiadas no muro.
— O que está fazendo?
Ele ajeitou o prego, antes de responder:
— Preparando a casa do cachorro. A última que fiz ficou uma porcaria. Ele merece coisa melhor.
— Você tem cachorro? Onde está?
— Por aí. Um pointer inglês – e passou a golpear o objeto no prego. Depois parou para respirar um pouco e a fitou - ele anda por aí em algum lugar. Mas me diga, dormiu bem?
— Sim, dormi. Obrigada. Sua casa é linda.
Jonas voltou a trabalhar.
— Certo. Já comeu alguma coisa? Posso te preparar um café, se quiser, ou então fique à vontade na cozinha.
— Não se preocupe com isso. Depois eu me viro... mas à propósito, onde está seu cachorro? Ele é manso?
— Ah, é. É meio antissocial. Assim como eu. E velho. Anda apático. Quase não sai pro quintal.
Ela achou graça.
— Então você vive aqui sozinho com o seu cachorro - concluiu.
— É, somos dois grandes solitários. Solitários e rabugentos também.
— Não parece.
— Mas eu sou.
— E não costuma receber visitas? Nem mesmo da família?
Ele deu de ombros, antes de voltar a martelar.
— Depende da época e do meu estado de humor. Você é uma exceção.
— Hmm, então quer dizer que eu dei sorte? - brincou.
Ele a encarou e achou graça.
— É, eu gostei de você. Muito.
— Devo considerar como um elogio?
— Certamente.
Jonas, então, parou de golpear a madeira e respirou um pouco.
— Sabe, Verônica, gostaria que viesse mais vezes aqui - comentou, e largou o martelo sobre as tábuas - quer saber? Vamos preparar seu café...


***


Após aquela primeira noite, o casal passou a se encontrar esporadicamente. Semanas se passaram e numa das noites, o policial chegou à boate e encontrou a dançarina atrás do balcão - como era de costume.
— Como vai, princesa? - sorriu, puxando-a para si. Ela, então, enlaçou-lhe o pescoço com os dois braços.
— Que surpresa boa, viu... - sorriu, entre um beijo e outro - pensei que não fosse vir mais hoje...
— Dei uma escapada do trabalho pra te ver...
— Que bom... - e voltou a beijá-lo.
E continuaram trocando beijos e carícias sem se importarem com mais ninguém, até que que um sujeito ao lado começou a resmungar:
— Quero uma cerveja...
Desvencilhando-se lentamente do namorado, Verônica sorriu.
— Tenho que trabalhar... eu voltou já - sussurrou a última frase enquanto tentava se desvencilhar dele em vão - os clientes, amor...
Jonas beijou-a novamente, não aceitando recusa. Como o casal demorava, o homem ao lado voltou a resmungar:
— A minha cerveja, pô...
— Dá pra esperar? - Verônica ouviu o namorado indagar irritado, enquanto encarava o sujeito. Ela, então, se afastou do amado e voltou ao trabalho. Jonas ficou ali, observando a garota atender aos outros. Pensou que pelo menos ele estava ali e então nenhum engraçadinho se atreveria a falar qualquer gracinha a ela. Certamente durante a semana, quando ele não estava presente, as coisas deveriam ser diferentes. Mas o pior de tudo era quando Verônica subia ao palco. Ah, nos primeiros dias havia sido tudo novo e emocionante, mas agora, aquilo já começava a perturbar o policial. Eles já estavam saindo há algumas semanas e o rapaz já se sentir no direito de não gostar daquela exibição toda da namorada. Não que fosse vulgar, mas não queria que sua garota ficasse exposta para um bando de bêbados e idiotas.


***


Já era tarde da noite quando Verônica começou a se apresentar e Jonas se viu no meio da multidão. Começou a se sentir mal. Muito mal com aquilo, pois não queria dividir sua mulher com mais ninguém, ainda que fosse apenas durante quinze minutos. O fato era que o raio da pole dance era muito sensual e causava um grande alvoroço na ala masculina, e isso claramente o irritava. Sim. Verônica mostrava as curvas e se exibia para os homens gritarem e a desejarem. Homens de todas as idades e cor. Aquilo era chato, e obviamente, mexia com o ego de qualquer namorado. O policial, então, tomou uma decisão.


***


Na mesma noite, após chegarem em casa, o casal seguiu para a cozinha e Jonas a sentou no tampo de vidro da mesa. Verônica fitou-o, com malícia no olhar. Ele tirou a camisa e depois abriu o zíper do jeans rapidamente. A namorada o auxiliou. Já despido, o rapaz puxou o vestido dela e depois arrancou-lhe as peças íntimas como que por mágica. Alisou as pernas macias e lentamente separou uma coxa da outra. Encaixou-se entre elas enquanto a dançarina puxava-lhe os cabelos fartos com força, fazendo-o declinar a cabeça para trás. E, então, ela o beijou. Ardentemente. Lentamente. Sensualmente. Após o beijo, Jonas endireitou-se entre os quadris dela e afundou o rosto no vão do ombro delicado, fazendo-a estremecer de prazer. Então, após sussurrar palavras quentes ao pé do ouvido dela, ele a penetrou. Penetrou com ardor. E aumentou o ritmo devagar, até que a mulher curvasse a cabeça para trás, em êxtase. Nesse instante, o namorado forçou o peso do corpo contra o dela, e passou a amá-la até que ambos se cansassem.
Enquanto deitava sobre o peito forte, Verônica pensou que havia finalmente encontrado o homem ideal. Jonas era bonito, sexy, gostoso, atencioso e amável. Além disso tinha um bom trabalho, um belo carro e uma boa casa para morar. Após um longo silêncio - no qual era possível ouvir as batidas do coração um do outro - Verônica ouviu Jonas murmurar:
— Quero que venha morar comigo.
Ela passou a língua pelos lábios, se perguntando se havia ouvido direito.
— Como é?
— Quero que venha morar comigo. Aqui em casa.
Sorrindo, ela ergueu a cabeça para fitá-lo melhor.
— Está falando sério?
— E não quero que você trabalhe mais naquele bar - ele completou.



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